Wednesday, September 08, 2010


O som côncavo da besta interior mexeu as paredes existentes da fortaleza

O som era terrivelmente horrível, dói a muito, fez o mal. Implodiu as portas seladas e a sombra passou para a sala interior. O coração planava majestosamente na sala, e os dedos pretos e pontiagudos do colosso negro agarraram o coração, lentamente, dedo por dedo, e riu se. Riu se tanto que se ouviu em todo o lado, e teve fome, oh tanta fome.

Na mesa de banquete da fortaleza vários monstros hediondos comem o coração de pança cheia, falam e falam com a boca cheia de comida, e riem imenso. Bebem lágrimas, frescas e revitalizantes, cheias de emoção antiga.

No quarto dos fundos uma música funesta tocava no gira-discos poeirento e duas personagens conviviam um mesmo momento. Daniel Stram fazia as malas rapidamente para desaparecer daquela fortaleza já não segura. No mesmo sítio, o cavaleiro da lança, antes valoroso e agora uma casca quase sem vida, recebia uma massa amorfa de liquido preto viscoso em cima, que o penetrava pela pele e o transformava no Crosus, mortífero.