Sou fruto de um universo negro que me perdura
Uma mancha desbotada na noite
Cinzenta, umas vezes azul, raramente amarela
Como as luzes da noite
Do candeeiro no fundo da rua
Cheio de traças energéticas, mortiças.
Inebriantes naquele momento apenas
Pois no seguinte estarão mortas
As personagens da história se fundem na inicial
Refúgio da fortaleza é aberto novamente
E a arvore seca na praça recebe o inquilino
Um sorriso de contentamento
Tudo é cinzento
Tudo é preto
Tudo é ocre
Tudo sou eu, e eu sou nada.
Uma fuga desconexa
Uma fusão de individualismo
Uma queda controlada
Uma negritude escondida
Uma mão que procura ajuda
Outra que a segura
A solidão que me desprende da vida
Volta e vai, como ondas num mar calmo
Outrora bravo
E ele vence.
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