Saturday, December 26, 2009

Passado dos Dedos



Alarmismo nos meus dedos, quando toco na guitarra.

O passado percorre os meus dedos, o sentimento dilacera, a sua força cria ideias e liga sistemas.

O passado do meu quarto é tão doloroso como caloroso no meu coraçao,

E será assim para sempre enquanto as paredes do meu quarto e casa estiverem em pé.

Se for pelo amor que sinto por ela, estão sólidos.

A dor que permanece fechada cuidadosamente num quarto onde raramente vou e vão os meus,

É o meu antigo quarto, o meu antigo passado, o meu antigo eu e os fantasmas que lá habitam teimosamente.

Recuso-me a dormir lá pois é frio e é ruina.

O local sobeja de choro e ridiculismo, misturado com prazer e momentos únicos da vida.

E é a minha nova parede preta que me ilumina, curiosamente, a mudança que me mostra é uma liçao de vida angustiante, mas necessária.

O passado atormenta, atormentará sempre como um racha na parede que não podemos arranjar,

Uma conformidade da vida que tento combater, mas cuidadosamente, sabendo dos perigos e dos avanços e recuos.

É o passado que me faz viver, mas que me lembra igualmente do que é morrer.

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