Tuesday, April 25, 2006

The Heart Beat of Destruction


Eu sou a brisa forte da madrugada, a penumbra eterna…
Tu és a sagrada chama, o clarão da manhã…
Da minha fúria, do meu gume afiado, apenas morte se segue, da tua respiração serena, do teu beijo, sai o cheiro mesclado do mar.
A minha alma se reflecte nos teus olhos e revejo me. Amaldiçoado estou eu, de alma enegrecida, o corvo agoirante que me agarra.

O dourado da tua chama dissipa se ao chegar a mim.
Oiço os milhares de trompetes aclamar a tua presença.
Calma como o mar sem ondas, mortificante como os olhos da medusa.
Sim, tu és Yggdrassil, a árvore da vida, que cresce sem cessar, e dos teus frutos a sabedoria contem.
És uma cobra sibilante, que me come calmamente o coração, deixando o vazio.
Tu com o teu clarão de aproximas… eu com a minha escuridão me oponho. É nesta luta que para sempre nos desafia mos.
Porque a tua esperança me dá ilusões que outrora viveram no meu interior, ilusões que magoam demais para se assistir, a minha derrota não será o meu futuro novamente.
Se as ilusões me derrotam não as voltarei a sentir, nunca mais, nunca…

Perdi o meu corcel, companheiro fiel, nas águas frias do rio que passei.
Para isso serviste tu meu fiel protector.
Agora do outro lado lanço a minha lança no infinito, na esperança de atingir mortalmente o destino que é o arquitecto do meu tormento final.

Grito sim, mas já sem forças, deixo me adormecer.
Tentas me acordar mas eu me nego a acordar.
Nos sonhos a esperança, a verdadeira realidade.
Sem o corpo sou livre de viajar para longe.

A esperança persevera, mas noutra manhã, noutra altura.
O sentimento fica guardado em mim, e na esperança de te rever vou devanear contigo, para que não me esqueça da tua presença.
Até outro dia, pois és o sangue que me dá vida e ainda o serás novamente.

Oiço agora a ultima palavra, o ultimo devaneio.
Sou o bater de coração da morte…

Agora olho em frente, sem fragmentos de um espelho que me lacerou completamente, não olho mais para o passado, apenas para o futuro.
É assim o rumo da minha nau, e não volto a olhar para trás, sinto sim, á frente, o ar gelado na cara e os pingos salgados da vida.