Monday, March 30, 2009

Pânico

O pânico.
Sempre o mesmo pânico a perseguir-me constantemente.
Detesto o pânico, a ansiedade, o medo e sentir me tão pequeno nesta realidade em que vivo que me sufoca de uma forma cruel.
Por isso criei a crosta dura e preta que é o colosso, que normalmente me protegia.
Mas o amor dos meus amigos fez o definhar e não o consigo utilizar mais.
Amo os meus amigos com tanta força que poderia arrebentar estrelas para chegar a eles e os proteger.
Não vos quero deixar, mesmo que temporariamente.
São tudo para mim e sempre foram, mesmo que o esquecimento me tenha feito afastar por momentos, eu sei que vos adoro a todos e estão no meu coração, por mais pequenino que ele ande ultimamente.
Não quero odiar, não quero. E por isso sofro.
É esse o preço de não ter o pilar do ódio para me suportar.
Tenho de compreender que no final do dia estou sozinho, sem ninguém a quem recorrer senão à minha própria independência, ao meu próprio amor e ele tem de ser forte para que não me deixe ir abaixo, para que não me sufoque ao ponto de não querer viver mais, mesmo que seja apenas um pensamento pequeno, como uma veia latejante que suportamos durante o breve momento em que ela lá está.
Procuro sempre o amor nos olhos de outra pessoa, aquele que não encontro nos meus, a intensidade, a chama que me retire do marasmo obtuso que é a realidade.
Porque preciso eu de um abraço ou um carinho?
Porque me sinto sempre carente e perdido?
Porque penso tanto e desespero ainda mais?
Porque é que as pessoas são todas horríveis e eu, sabendo dessa realidade, continuo a acreditar nela, porque não consigo jogar esse jogo também?
Porque continuo a acreditar e a dar de mim a toda a gente se quando preciso não está lá ninguém para me dar a mão?
E porque, mas porque mesmo, no âmago de todos os porquês e fortes razões, é que tenho tanto medo de desaparecer?
Porque o sinto sequer?
E mais ridículo ainda, porque sinto que me vou rir tanto um dia com isto tudo?

Sunday, March 29, 2009

Quiet

Feelings are Intense,
Words are Trivial.
Pleasures remain,
So does the Pain.





Im Travelling, to strange places.

Wednesday, March 25, 2009

Porcelain

I, lost all I had (one April day),
I, turned to my friends (nothing to see),
I, wrote down a name (and read it twice),
I, wallow in shame.
I, said that I love (eternal schemes),
I, cling to my past (like childish dreams)
I, promised to stay (and dwell my grief)
I, went far away.

I see blood spilled 'neath my feet,
Lead me through wastelands of deceit,
Rest your head now, don't you cry,
Don't ever ask the reason why

Kept inside our idle race
Ghost of an idol's false embrace
Rest your head now don't you cry
Don't ever ask the reasons why.

Tuesday, March 24, 2009

Significados


A noite prolonga-se e o meu sono não vem.
Penso demais nas coisas, anseio por tudo.
Algo não me sai da cabeça desde alguns dias, alguem não me sai da cabeça á alguns dias.
A minha viagem em breve será algo que espero ser benéfico mas por outro lado sinto-me desolado por partir depois de sentir ligaçao com alguém, como já nao sinto á anos.
Deixar tudo em stand by mata-me aos poucos, pensar que estou a perder a oportunidade do sentimento preocupa-me tanto que tenho ataques de pânico.
Quero e não quero ir. Quero que vá comigo.
Quero ficar e poder sentar me num café com ela ao lado, falar apenas, sem mais nada. sentir a pessoa ali, ao lado.
Mas tenho de ir, já não á volta atrás.
Mas a importância da pessoa em questão revela-se assim e agora, porque é ela que me faz não querer ir, e isso significa mesmo muito.
Ela significa muito.

Thursday, March 19, 2009

Cigar


It was that time of year again
When memories placed a smile on the saddest face
And transformed it into an expression of joy
Even as it yearned for a connection
To renew a heart forever broken
It was that time of year again
To rotate his father’s “babies”
And to touch his fingertips again
Rearranging each one
Admiring their supple veins
Maturing to a luxurious golden patina
It was that time again,
A celebration of existence
A reaffirmation that nothing really dies,
That everything is constantly reborn
Even in the bouquet of a fine smoke

Wednesday, March 18, 2009

Angel


"Spend all your time waiting
For that second chance
For a break that would make it okay
There's always one reason
To feel not good enough
And it's hard at the end of the day
I need some distraction
Oh beautiful release
Memory seeps from my veins
Let me be empty
And weightless and maybe
I'll find some peace tonight."

Monday, March 16, 2009

Queda nocturna


Caio em casa, vindo de noites fumarentas e destiladas.
Os meus ombros são pesados, da armadura que carregam, quando apenas as quero tirar e sentir me leve, solto como devia ser.
Sem ancoras do passado ou lamentos do presente, nem sequer embates do futuro.
Poiso o copo, e sinto me perdido, algo desaparecido, numa mar de rostos que não são nada.
Puxo a cadeira e sento me, adormecido.
Podem bater me, insultar me ou fazer me todo o mal possível.
Já não sinto nada, porque estou simplesmente anestesiado.
Sou um corpo acalentado pelo meu proprio pensamento.
Abranda-me, por favor.
Mesmo que morra um pouco de mim.

Sunday, March 15, 2009

Momentos

Lady Eboshi: What exactly are you here for?
Prince Ashitaka: To see with eyes unclouded by hate.

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San, The Princess Mononoke: Why did you stop me from killing her? Tell me while you're still alive!
Prince Ashitaka: I didn't want them to kill you. That's why.
San, The Princess Mononoke: I'm not afraid to die. I'd do anything to get you humans out of my forest!
Prince Ashitaka: I knew that from the first moment I saw you.
San, The Princess Mononoke: And I'm not afraid of you! I should kill you for saving her!
[San turns Ashitaka around, takes out his sword, and aims it inches over his neck]
San, The Princess Mononoke: That woman is evil, and there's no one who can stop me from killing her.
Prince Ashitaka: No... Live...
San, The Princess Mononoke: That's enough! I'm not listening to you anymore!
[prepares to strike]
Prince Ashitaka: ...You're beautiful...

[San gasps and backs away]

San's Wolf Brother: What is it, San? Want me to crunch his face off?

[all stare at Ashitaka for a moment]

Tumulto


“Reality, just like racionality, kills. But slowly.”


Vou para a Alemanha 4 meses
Vou para a Turquia um mês.
Vou estar mais duas semanas em Coimbra.
Vou sentir falta de tudo.
Vou chorar.
Vou conhecer pessoas.
Vou continuar a ter contacto com as pessoas que tenho.
Não vou desaparecer.
Vou voltar a Coimbra depois, de alma pronta.
Vou amar, um dia, novamente.

“I live a life without fear, just consequences that I take willingly, because thats just so.”

E o mundo acaba amanhã…

São 5.03 da manha, e eu ainda estou acordado. Vim de uma noite de copos com o pessoal, mais conversa e menos copos, como eu sou habitual. O dia correu normalmente, com azares fora do normal, mas mesmo assim sendo normal. Com o tempo de vida vamos sabendo viver e aceitar os pequenos azares, e mesmo os grandes, com ou menos esforço, dependendo da magnitude.
Um desses azares fez me ficar a pé a meio caminho de casa, ou seja, 20 minutos a pé por dois km de distância até casa. “Not a problem”, como diria um dos meus ídolos de infância e adolescência. O caminho fez se, e nesse caminho pensou se sobre a vida, como faço sempre que ando, que acho ser sempre um momento meditativo, tal como o banho matinal ou andar de carro, sem musica, apenas a conduzir. Então pensei. Pensei na conversa que terei com uma pessoa esta semana, uma pessoa marcante na minha vida, seja pelos motivos bons, que os houve, como pelos motivos maus que aconteceram sem possibilidade de evitar. Pensei no que aconteceu, no que tenho para dizer, no que tenho para ouvir, no que quero da vida. Não tenho expectativas absolutamente algumas do futuro, nem sequer de amizade ou de bem-estar com a pessoa. Mas não sou horrível, mesmo que o pensem de mim e me tentem convencer de tal, e por não ser horrível movo me para a frente, de encontro ao destino e não fugindo do mesmo. Deixei de fazer isso à muito tempo atrás, para bem dos meus pecados. Assim o fiz, parei e pensei. Olhei para mim e achei que não seria pessoa para fechar me a um pedido de desculpa, se este for sincero. A um pedido de absolvência de pecados cometidos numa relação de amizade e amor, pecados esses que não podem nunca ser cometidos, mas podem ser perdoados. Não me perguntem como, mas é assim que funciona.
Onde um fim aconteceu, pode um início começar. E foi isso que me aconteceu. Não deixarei fantasmas passados assombrarem me nunca, mas não me impedirá de enfrentar o passado e talvez conseguir realizar as pazes com ele. Talvez aconteça, talvez não. Talvez. Felizmente não defino a minha vida com esse acontecimento, nem com essa paz com o passado, porque o futuro e o presente são que me dão o mundo. E agora vou dormir um bocado, que o amanhã me espera. E o dia depois e depois, “and so on.”

“Yes, I was there, when no one else held your head above.”

Thursday, March 12, 2009

Alone

Os Ramp, uma das minhas bandas de eleiçao de sempre, tocaram hoje em coimbra e eu estive lá, como é claro apoia los. Eles merecem. E esta musica diz muita coisa.


I, feel the time, slowly drifting in my veins
Memories, remains.
Confined, I’m alive, somewhere by the autumn leaves
Falling in between ‘Cause no one's there to hold my head up high
no one's there to peace my mind
Alone lies my soul I'm so cold, I'm afraid
To find hollow life
Sleepless nights, empty days
Opaque fading eyes stumble in my face
Through the crowd I forsake
Demised I’m aside weaked by the lonely haze
Of no point, no aim ‘Cause no one's there to hold my head up high
no one's there to peace my mind
Alone, I'm afraid
To find hollow life Sleepless nights,
empty days Alone…

Sunday, March 08, 2009

Reflexo Humano.

Um dia fui assim. Orgulhoso e malévolo. Olhava para o mundo de forma irada, esperando que tudo explodisse à minha volta, em milhões de partículas de desespero. Via o mundo negro, escuro, mas tinha esperança, queria que fosse tudo melhor, queria que o mundo observasse o que ele é e visse que é natural sermos cruéis, horríveis, porque somos humanos. Hoje sei que é essa a verdade, após muita luta, muito horror que se passou comigo e à minha volta. Sou produto do que vivo e viverei, do que me fizeram e fiz. Por vezes choro, é verdade, choro porque o impacto que o mundo tem em mim é enorme, e destrói, parte, acaba e degenera. Mas tudo o que o mundo que dá tem um reflexo meu, uma onda de choque que atravessa e vai de volta ao mundo, aos que existem nele, no geral e no meu próprio universo, tão pequeno como todos os outros. Olho para as caras das pessoas, vejo as ignorantes ao que digo agora, ligeiramente perdidos numa névoa intensa que os faz serem uma espécie de fantasmas, esboços de algo que a um certo momento parou de ser desenvolvido, sem término ao seu processo de construção. Felizes riem sem cessar, sem parar para pensar o que são, o que fazem, o que os fazem fazer o que fazem, o que lhes dá o mundo e o que eles dão em reflexo.

Que se passou connosco? O primeiro passo é mesmo percebermos que a própria existência humana trás sofrimento, seja por onde for. Vamos sempre magoar os outros e sermos magoados, vamos destruir muito mais até do que construir. Em segundo temos de perceber que perdoar isso não é sinal de fraqueza. É sinal de que percebemos o âmago do ser humano, que a pessoa nos vai sofrer porque é mesmo assim, e nada à a fazer, nem que nos protejamos mil vezes mais, nem que levantemos paredes de pedra maciça, que nos escondamos no quarto, fechados a tudo e todos. O mundo é horrível, mesmo com todas as coisas lindas e que nos abrilhantam um pouco a existência. Mesmo essas vão acabar por nos mostrar que o mundo é ainda mais horrível do que julgávamos pela última vez que nos fizeram mal, são elas que nos colocam em posição vertical novamente, mas apenas para que voltamos a cair. É um facto e devemos espera-lo, mesmo que seja horrível. Afinal, o mundo é assim, nenhum de nós o mudará ou o quer mudar no fundo.
Nem toda a gente sabe amar ou aguentar esse sofrimento. Mas é necessário que o reconheçamos como uma facto da vida, que não temos nada a fazer a quanto a isso. Na realidade não queremos saber dos outros, e mesmo sobre a mascara interminável que colocamos em cada um de nós, que somos bons e belos, na realidade somos capazes de realizar feitos de horripilaria demais, mesmo para nós próprios. Temos de reconhecer que nos vão fazer o mesmo, que os outros também são humanos. Mentimos, manipulamos a nosso prazer e desprazer, julgamos, destruímos relações e ligações. É esta a fraqueza do ser humano. Somos nós que nos criamos sofrimento uns aos outros, mesmo sem razoes pessoais para tal, não que as razoes o justificasse, somos nos que nos fazemos mal, que nos magoamos, num círculo feio de redundância acutilante.
A natureza humana é horrível, mas é a realidade. E quanto mais cedo cada um perceber isso e deixar de colocar o seu coração, a sua realidade, nas mãos dos outros, esperando ter como reflexo a felicidade, mais depressa chegamos a uma harmonia com nos próprios.

Sunday, March 01, 2009

Begins




Welcome to your second life Mr. Zsigmond.

Mutável.


O monstro inquisidor tinha se criado ao longe. Ao longe de todos, num mundo esquecido, perdido, queimado, obliterado. Ele era sem sentimento, era atónito, era sem forma, era escondido. Mas a sua curiosidade o destacou de todos os outros monstros. Ele era inquisitivo, perguntava aos outros, perguntava ao mundo, perguntava. Perguntava. Tinha uma chama ardente, uma espécie de loucura desnecessária. Quero comer conhecimento, pensava, quero arder a minha mente de destruição eterna, olhar para todos os outros e perder me no que eles conhecem e conhece-lo também.
Os outros monstros expulsaram no da terra dele. Para sua tristeza, mas mesmo assim curioso, ele mexeu se dali para fora, caminhando, espantado com o tamanho do mundo.
Mas logo rapidamente encontrou destruição, medo, morte, zonas assoladas de ondas pretas que enchiam o som e o ar com um cheiro pútrido e adocicado.

Ele encontrou numa terra preta e morta por algo para si desconhecido, uma torre com uma chama, e nessa chama ele encontrou uma lança, e essa lança era linda, forte, robusta. Ele precisou de lhe tocar, de saber como sente, de saber a sua força nele.
E ele fez o. Mutuou, um relâmpago matou lhe o preto escondeu lhe o monstro, criou lhe uma forma.