Sunday, March 15, 2009

E o mundo acaba amanhã…

São 5.03 da manha, e eu ainda estou acordado. Vim de uma noite de copos com o pessoal, mais conversa e menos copos, como eu sou habitual. O dia correu normalmente, com azares fora do normal, mas mesmo assim sendo normal. Com o tempo de vida vamos sabendo viver e aceitar os pequenos azares, e mesmo os grandes, com ou menos esforço, dependendo da magnitude.
Um desses azares fez me ficar a pé a meio caminho de casa, ou seja, 20 minutos a pé por dois km de distância até casa. “Not a problem”, como diria um dos meus ídolos de infância e adolescência. O caminho fez se, e nesse caminho pensou se sobre a vida, como faço sempre que ando, que acho ser sempre um momento meditativo, tal como o banho matinal ou andar de carro, sem musica, apenas a conduzir. Então pensei. Pensei na conversa que terei com uma pessoa esta semana, uma pessoa marcante na minha vida, seja pelos motivos bons, que os houve, como pelos motivos maus que aconteceram sem possibilidade de evitar. Pensei no que aconteceu, no que tenho para dizer, no que tenho para ouvir, no que quero da vida. Não tenho expectativas absolutamente algumas do futuro, nem sequer de amizade ou de bem-estar com a pessoa. Mas não sou horrível, mesmo que o pensem de mim e me tentem convencer de tal, e por não ser horrível movo me para a frente, de encontro ao destino e não fugindo do mesmo. Deixei de fazer isso à muito tempo atrás, para bem dos meus pecados. Assim o fiz, parei e pensei. Olhei para mim e achei que não seria pessoa para fechar me a um pedido de desculpa, se este for sincero. A um pedido de absolvência de pecados cometidos numa relação de amizade e amor, pecados esses que não podem nunca ser cometidos, mas podem ser perdoados. Não me perguntem como, mas é assim que funciona.
Onde um fim aconteceu, pode um início começar. E foi isso que me aconteceu. Não deixarei fantasmas passados assombrarem me nunca, mas não me impedirá de enfrentar o passado e talvez conseguir realizar as pazes com ele. Talvez aconteça, talvez não. Talvez. Felizmente não defino a minha vida com esse acontecimento, nem com essa paz com o passado, porque o futuro e o presente são que me dão o mundo. E agora vou dormir um bocado, que o amanhã me espera. E o dia depois e depois, “and so on.”

“Yes, I was there, when no one else held your head above.”

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