
A vida sem arte morreria, perdida em si própria sem substância. 
Esta ideia passava vezes sem conta na vida de Daniel Stram. Escritor e apaixonado pela escrita dos outros, escrevia horas a fio.
Olhando para as luzes ténues de uma rua, nos pormenores do mundo.

Se és de pedra eu sou de aço, caído da fornalha e quente de maldade. 
Sem medo de abrir, de embater a carne, preto e enjoado, laminado e atiçado
A noite calejante, olha para mim de soslaio, fruto de passados épicos e nunca esquecidos.
Lua cheia, mar calmo e humidade no ar, o frio calmante, entorpece te a ti e a mim, tornando esta dança lenta, mas mortal sem erros.
O fundo do vaso é um vazio. 
Peixe gordos sumarentos, 
Vermelhos como o fogo, 
Mexem-se sem água, 
Perdidos insolentes. 
Num jardim verde em volta, 
As árvores dançam acompanhadas, 
A musica de passáros iluminados, 
Paradisíacos e tenazes. 
A terra é um simbiose com a erva que lhe pertence. 
E chega a noite, 
E chega o mundo, realidade. 
A realidade acomoda, enche de nervos. 
As pupilas enrrigessem, 
Os dedos apertam o vaso e num movimento fusco o parte em pedaços, 
São muitos e muitos, e não param de partir. 
E são tantos e tantos e não param de me atormentar. 
Os peixes morrem, assustados, 
Os passáros param desconfiados e as árvores temem, sossegadas. 
O silêncio instalado indica o terminar, 
O terminar dum conto, 
O arder da fantasia