Sunday, November 23, 2008

Negro

Hoje sou negro a minha alma é negra.
De faca espetada no coração ando, por ai, vagueando, com o meu colosso negro a controlar. Ele ganhou, comeu todos, bons e maus, partiu a casa, com gritos, apoderou se do cavaleiro e embrenhou se bem dentro de sua alma.
A porta do asilo abriu se, mas só um saiu, o Crosus, a fusão do colosso e do cavaleiro, um ser do qual não se tinha ouvido falar.
É agora ele que mexe com tudo, facilmente, e eu deixo, porque ele é forte, ele odeia, ele mata e ele come, cheio de fome.
Exalo o fumo negro que ele larga, suga me todo, deixando um réstia de mim, a observar, com atenção, aos cuidados que as pessoas tem, o crosus ri se, de forma vulgar, do mundo e das pessoas. São pequenos rebentos de vida, pensa ele, mas vão um dia morrer, bem antes do seu tempo e as suas psiques vão ser apenas um buraco, uma pedra preta, sem nada a acusar.
Se o cavaleiro está morto, longa morte ao cavaleiro. Mataram no, sem remorsos ou avisos.
Se o colosso está morto. Longa existência do colosso, ele que fique, como está, ele não existe mas controla e é o que eu sou.
Um crosus. Uma antítese de vida, felicidade, morte, horror e o fim.

O fim.

“Olá” diz ele, e depois olha para mim.

“Acabou.”

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